Ronaldo Torres é preso por fraudes em plataformas de música digital
O cantor sertanejo Ronaldo Torres foi detido sob acusações de liderar um esquema fraudulento que usava plataformas de streaming para lucrar ilegalmente. Investigadores apontam que ele criava perfis falsos para publicar músicas obtidas sem autorização, desviando recursos que deveriam ser destinados aos verdadeiros compositores. A operação revelou 209 contas fraudulentas e 444 músicas envolvidas, com prejuízos estimados em R$ 6,6 milhões.
De acordo com as autoridades, Ronaldo utilizava documentos falsos para registrar artistas fictícios, redirecionando os pagamentos para suas contas pessoais. Para aumentar a visibilidade dos conteúdos fraudulentos, ele recorria a bots que inflavam artificialmente os números de execuções. A investigação resultou na apreensão de bens avaliados em R$ 2,3 milhões, incluindo veículos de luxo e criptomoedas. Caso condenado, o cantor poderá cumprir até 10 anos de prisão por crimes como estelionato e falsificação.
O esquema também explorava gravações conhecidas como "guias" no universo sertanejo, que eram modificadas e publicadas sob outros nomes. Entre as vítimas está o compositor Murilo Huff, e as autoridades encontraram mais de 3.900 dessas gravações nos dispositivos de Ronaldo, indicando que o número de músicas fraudadas pode ser ainda maior.
A distribuidora WMD, que intermediava o envio do conteúdo às plataformas, colaborou com as investigações, identificando mais 32 perfis associados ao esquema. Especialistas reforçam que essas práticas prejudicam gravemente a indústria musical, comprometendo a renda de artistas legítimos e criando distorções nos números de sucesso.
Ronaldo, conhecido por hits como “Sexta-Feira Sua Linda”, usava sua notoriedade no meio musical para disfarçar as atividades ilegais. O Spotify, após as denúncias, removeu parte dos perfis falsos, mas enfrenta críticas por falhas no controle de autenticidade dos conteúdos publicados.
O caso reacendeu o debate sobre a necessidade de maior vigilância no setor musical digital. Artistas, plataformas e distribuidores precisam unir esforços para combater fraudes desse tipo e garantir um mercado mais justo e transparente.
Fonte: Informações adaptadas a partir de matéria publicada no site UOL Notícias.